Na nova legislatura instalada, cuja
composição saiu das eleições de 9 de março passado,
Santos contará com maioria no Senado, integrada por
17 cadeiras do Partido Liberal e nove de Cambio
Radical, as quais, junto às 21 de Unidade Nacional —
o partido que apoiou sua candidatura — somam 47
deputados, os quais apoiarão sua gestão
governamental.
O mesmo acontece na Câmara Baixa,
onde o balanço é de 92 legisladores a favor contra
22 confirmados na oposição.
Por seu lado, o partido Conservador,
a terceira agrupação política que mais votos obteve,
em 9 de março passado, contará com 18 senadores, a
maioria também alinhados a Santos; a Aliança Verde
com seis cadeiras; Polo Democrático Alternativo com
cinco e Opção Cidadã com três.
Perante esta situação, vale destacar
o retorno de dois pesos-pesados da política, os ex-governadores
e ex-candidatos presidenciais Horacio Serpa (Partido
Liberal) e Antonio Navarro Wolff (Aliança Verde), os
dois participantes da instauração da Assembleia
Constituinte de 1991.
A eles aderem novas figuras como a
politicóloga Claudia López, da Aliança Verde, que em
2010 (em pleno mandato de Uribe) desatou o escândalo
da parapolítica, ao trazer à baila os escuros
vínculos entre os políticos e os paramilitares,
sendo processados por tal motivo 97 congressistas.
Em total, o novo Congresso contará
com 268 parlamentares, destes 21 são mulheres, além
de que, um de cada três senadores são novos na atual
legislatura.
Isto, sem esquecer as motivações do
Centro Democrático e a presença de Uribe, que
promoverá ou polarizará futuros debates
legislativos, se bem a maioria com que Santos conta
nas Câmaras Alta e Baixa lhe outorgará a
governabilidade de seus projetos, segundo alguns
analistas.
O novo Congresso deverá aprovar
importantes reformas para o país, mas sobretudo os
projetos que darão um marco jurídico à participação
política da guerrilha das FARC-EP, após eventuais
acordos sobre o fim do conflito, na mesa de
conversações que tem lugar em Havana, Cuba.
O presidente Juan Manuel Santos
convidou todos os partidos políticos a trabalhar
juntos para instalar o Congresso da Paz, como foi
definido, que terá em suas mãos, disse, "a grande
responsabilidade de apoiar a implementação dos
acordos e legislar para uma nova nação: a nação do
pós-conflito".
"Não creio que aqueles que não
acompanharam minha candidatura estejam contra a paz.
Todos os colombianos desejam a paz, este é um tema
que nos têm que unir em lugar de dividir", afirmou.