Bombardeios dos
EUA abrem novo panorama no conflito sírio
Damasco,
24 setembro (Prensa Latina).— Os ataques aéreos
norte-americanos contra posições da organização
extremista Estado Islâmico (EI) em território sírio
abrem hoje um novo cenário no conflito que este país
vive desde há mais de três anos.
A
ofensiva do Pentágono não surpreendeu ninguém aqui,
depois das ameaças feitas pelo presidente Barack
Obama no dia 10 de setembro, quando anunciou essas
incursões e prometeu mais armas e financiamento a
outros grupos radicais que combatem na Síria.
Segundo meios de imprensa nacionais, no primeiro dia
de ataques foram destruídas várias instalações que o
EI utilizava como centros de comando e treinamento,
entre eles o edifício do governo na cidade de Al
Raqqa, a 542 quilômetros ao nordeste desta capital.
Também foi bombardeado o Acampamento de Pioneiros,
perto do hospital nacional, e concentrações dos
armados na localidade de Tabqa.
O portal de notícias Al Masdar News informou que
pelo menos 60 membros do EI morreram em Al Raqqa.
Na vizinha província de Deir Ezzor, a cerca de 460
quilômetros de Damasco, os principais alvos foram os
povos de Abu Kamal, Sweya e Tibni.
Também se reportaram incursões na província de
Idleb, especialmente perto da aldeia de Kafer
Daryan.
Televisoras regionais informaram que o Pentágono
utilizou pelo menos 47 mísseis Tomahawk, lançados
dos navios USS Arleigh Burke e USS Philippine Sea,
ambos localizados no Mar Vermelho.
Também usou bombardeiros B1 e caças F-16, F-18 e os
ultramodernos F-22, vários dos quais decolaram do
porta-aviões USS George H.W. Bush, estacionado no
Golfo Pérsico.
Depois do início dos ataques, a Síria reiterou sua
disposição de cooperar na luta contra o terrorismo
no marco do pleno respeito à soberania nacional e
das leis internacionais.
Um comunicado do Ministério de Relações Exteriores
revelou que o chanceler sírio, Walid al Moallem,
recebeu através do Iraque uma mensagem do secretário
de Estado John Kerry, no qual anunciou o início da
ofensiva.
O texto reafirma que Damasco apoia "qualquer esforço
internacional encaminhado à luta contra o
terrorismo, reafirma que dita luta deve conservar a
vida dos civis inocentes e [deve se inserir] no
marco da soberania nacional, conforme os convênios
internacionais".